sexta-feira, 18 de abril de 2008
Perdidos sem rumo...
Vogando numa sociedade desprendida de valores vamos sobrevivendo... Cada vez mais fechados na nossa cápsula protectora.
A sociedade desagrega-se a cada instante que passa, cada indivíduo mais individualista... Elogia-se o Ego, cultiva-se o EGO.
Nascidos numa cultura liberalista, extravasamos os limites da nossa liberdade... Invadimos a liberdade alheia, sem dó nem piedade... Cada vez mais competitivos, esquecemos valores ancestrais, mergulhamos esta sociedade num vazio de valores cada vez maior...
Desde que nascemos somos ensinados a ser egoístas... A ultrapassar tudo e todos! Em virtude de uma sociedade cada vez mais degenerada que nem os seus filhos respeita, protegemos os nosso filhos da sociedade.
Se vemos um estranho a sorrir para uma criança, desconfiamos, fugimos... E as crianças vão aprendendo a refugiar-se dos estranhos, fecham-se no seu casulo...
E esquecemos que devíamos abrir o nosso coração ao universo. Não é fechando-me em mim próprio que venço o mal, pois se eu refugiar-me em mim próprio deixo-me abater pelo medo.
Tenho de abrir as portas do meu coração, e estar preparado para o mal. Ensinar os meus filhos a viver com os seus corações abertos e desperto... Mas por outro lado sentir que estão preparados para se defenderem da maldade existente em cada recanto de cada ser...
Depois crescemos e vamos para a escola... Ensinam-nos a competir, a ser melhor que o nosso colega. Valores como a fraternidade, a ajuda mútua são postos de lado em prol da competitividade.
Acabamos o curso, vamos para a vida activa, casamos, temos filhos... E olhamos apenas para o nosso próprio ser.
No trabalho tentamos superar o nosso colega... Muitos vezes a qualquer custo. O valor monetário superar todo e qualquer outro interesse... A amizade, a camaradagem... Vezes sem conta traída pela ego económico.
Casamos porque nos sentimos sós... Mas esquecemos que o casamento mais que um contrato é uma vida nova. Uma vida a dois... Temos de aprender a tolerar o nosso companheiro. Nem sempre é fácil, a maior parte das vezes é difícil. É difícil alienar a nossa liberdade, um bocado do nosso espaço e entregar a outra pessoa... Mas a recompensa de um sorriso da pessoa amada deverá ser mais do que recompensa por essa entrega.
Contudo na sociedade actual o egocentrismo prevalece...
Não somos capaz de nos entregar ao nosso companheiro... Não abdicamos dos nossos vícios... Assistimos cada vez mais à desagregação da família... Ao divórcio em massa... Fruto deste egocentrismo crescente... Da perda de valores fulcrais para a vivência em sociedade....
A vida em sociedade encontra-se em ruptura... Perderam-se as relações de solidariedade... Os laços de vizinhança... Quantos de nós vivemos em blocos de apartamentos sobrepovoados e nem conhecemos os nossos vizinhos...
Quantos de nós passam pelos corredores dos prédios por fantasmas mudo e surdos...
A sociedade está a morrer... Ao poucos fechando-se em si mesma... Desagregando-se de valores, princípios, ideais...
Cada vez mais cedemos ao terror do mal... Alienamos a nossa intimidade em prol da segurança! Travamos uma luta cega contra o terrorismo... E fechamos-nos atrás de muros... Atrás de armas... E apesar de todos os muros... apesar de todas as armas, estamos a perder...
Por cada bomba de cai e nos escondemos nas cavernas... Por cada ameaça que é feita, e por cada polícia ou soldado que fica de escolta... Mais uma derrota... Devemos enfrentar cada ameaça sem receio de peito aberto ao mundo.
O medo é a maior arma do terrorismo... O medo que se insinua e se imiscui a cada instante da nossa vivência... E só o podemos derrotar se abrirmos os coração, se sairmos das cavernas onde nos escondemos dar-mos a mão aos nossos vizinhos, o sorriso bailar nos nossos lábios.. e enfrentarmos as hostes inimigas desarmados...
Caso contrário acabaremos num sociedade dominada pelas mordaças do medo e atada pelas cordas do egoísmo...
"É na mais negra escuridão que a a mais claro luz brilha"
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