segunda-feira, 6 de abril de 2009

Reflexões Esparsas

Por vezes deixamos-nos guiar por esta nossa condição humana. Esquecemos os verdadeiros propósitos da nossa existência. Esquecemos o verdadeiro milagre que é acordar todos os dias e sentir o cheiro da vida de nos rodeia.

Nada mais insufla as nossas almas de alegria que acordar ao lado de alguém com quem partilhamos a nossa condição, independentemente de crenças, religiões, raças ou cor... Toda a nossa vida é orientada para esse propósito: a propagação da nossa herança genética.

Desde que nascemos todos nos programa nesse sentido. Os pequenos jogos, os ensinamentos... Apenas ferramentas para evoluir...

Mas cegos por interesses diversos esquecemos a nossa missão e o nosso lugar neste mundo.

A humanidade nasceu... Perdido num mundo obscuro vivia em comunhão com o universo, apenas tinha que preocupar-se com a busca de alimentos e a defesa do seu legado.

Crescemos, descobrimos o fogo, a roda, a escrita. Descobrimos ferramentas e ensinamentos... E perdemos o nosso rumo, a verdade que nos devia nortear.

Ficamos obcecados pelo conceito individualista da posse... Pelo egoísmo. A sociedade não passa de um palco onde cada actor procura afirmar o seu ego, procurando o reconhecimento entre os seus pares, esmagando-os, ofuscando-os com o seu egoísmo extremo...

Esquecemos o nosso lugar no mundo... Apenas importa o nosso querer... A que custo? Matamos espécies que apenas ficaram no nosso imaginário... Todos os dias mais um ser desaparece para a eternidade... Não fruto de uma selecção natural, mas fruto da nossa acção sobre o mundo.

Hipotecamos os futuro do planeta e dos nossos filhos e netos... A troca de quê? De absolutamente nada... Todos os dias fazemos um pacto demoníaco à procura de mais bens materiais...

Os nossos governos corrompidos pelo próprio poder olvidam a missão que lhe foi confiada: proteger os interesses dos cidadãos.

Norteados pelos próprios interesses, utilizam a lei como instrumento da sua opressão e dos seus intentos obscuros. A lei deixou de ser um instrumento da defesa dos interesses particulares, para oprimirem os cidadãos. Para legitimarem interesses que doutra maneiras não seriam protegidos...


Criam-se associações, grupos religiosos, apenas com o intuito de promover os seus dirigentes... Mesmo as Religiões apenas visam a sua própria afirmação... Em anda se preocupam com o ser humano ou com a sociedade...

Somos todos humanos, independente de raça, cor, sexo, local de nascimento. Apenas temos uma preocupação, ou apenas a deveríamos ter: Viver cada dia com aqueles que amamos.

As guerras não fazem qualquer sentido para o indivíduo, não servem os interesses das populações, mas apenas dos seus dirigentes... São as populações que sofrem os seus efeitos: Com a fome, a morte dos seus familiares, as doenças, as pragas... Enquanto os governantes, escudados pelo seu suposto papel vivem protegidos desses perigos...


As fronteiras nada mais são do que cercas, quais feudos defendidos pelos governantes para afirmação do seu poder supremo.

Nada mais do que a justificação para cobrarem impostos, e de reinarem sobre os seus cidadãos.


Enganados por estes artifícios milenares, vamos vivendo como cordeiros a caminho do matador... Embalados por falsas promessas de um futuro melhor, essa corja de parias, arvorando a bandeira da defesa dos interesses públicos vão engrossando as suas contas bancárias.

Cerrando as fileiras contra quem se oponha ao sistema instituído, suprimem qualquer sopro de revolta...

Apenas quando suprimirmos esse parias que nos toldam a sociedade, quando apenas conseguirmos compreender a nossa verdadeira condição, independentemente do local ou cor de nascença...

Perceber que nada do que nos rodeia é nosso, apenas somos passageiros deste "calhau" que voga pela sistema solar, conseguiremos evoluir.... Viver em paz com o mundo que nos rodeia.

Sim porque é possível criar uma sociedade enquadrada na natureza que o rodeia... Utilizando tecnologia não poluente... Em paz com toda a humidade...

Utopia? Não... Apenas depende até que ponto conseguiremos romper com os hábitos instituídos, com interesses criados... E simplesmente até que ponto conseguiremos aceitar o nosso lugar no mundo, e aprender a respeitar o que nos rodeia...


"Quando os ricos proclamam a guerra, quem morre são os pobres" - Jean Paul Sartre

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